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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Nada de Novo no Front- Erich Maria Remarque


É um romance pacifista do veterano da Primeira Guerra Mundial, o alemão Erich Maria Remarque. Pacifista porque ele trata do dia a dia do front de forma tão realista e terrível, que o leitor se pergunta: Meu Deus? Por que os homens ainda fizeram a Segunda Guerra Mundial? Por que ainda fazem guerra hoje? Acho que deveria ser leitura obrigatória em todas as escolas do mundo, e vou recomendar sempre que puder aos meus alunos de 3° ano do Ensino Médio.
Esse livro me remeteu ao Guerra e Paz do Tolstoi, onde  um personagem diz que um soldado ao ser perguntado sobre o front, sempre mente, que a realidade é tão horrível que é impossível dizer a verdade, e o outro soldado que escuta as mentiras sabem que são mentiras e mentem também.
O personagem que narra a história, a certa altura do livro, tem uma licença para voltar para casa, pois se machuca, e em sua cidade não suporta as perguntas e mente sempre sobre o front.

"(...) são pesados demais para podermos refletir tão depressa sobre eles. Se o fizéssemos , eles nos abateriam mais tarde, pois já notei que se consegue suportar o horror enquanto se dissimula, mas ele mata quando nele se pensa."

Ouvi em alguma resenha desse livro que o autor, o escreveu  com base em seus diários de pesadelos do pós guerra, ele tinha o pesadelo, acordava e o colocava no papel. Acho que por isso ele conseguiu ser tão realista, era o inconsciente dele que falava, isso é achismo puro, pois nem sei é verdade essa história do pesadelo.
O narrador diz que os jovens foram iludidos por professores, familiares, padres e autoridades em geral que a guerra teria todo um glamour. E quando eles chegaram nas trincheiras toda a ilusão foi por água abaixo, eles não eram os guerreiros heróis, eram sofredores, passavam frio, fome, medo e desespero, perderam os sentimentos e a sensibilidade, para sobreviver viraram verdadeiros animais. Matavam outros jovens de 18 anos, assim como eles mesmo, e nem sabiam o porque. Morrer, levar um bala, respirar um gás que queima os pulmões, ter fome, agir como um animal, não eram novidades no front, eram coisas cotidianas, e uma sensação que aquele estado de guerra seria eterno e que os jovens não conseguiriam voltar a ser humanos de novo, que não teriam um futuro.
Em uma parte do livro o narrador diz que a guerra deveria ser travada  em uma luta entre as autoridades dos países, quem vencesse a luta venceria a guerra, o que eu concordo inteiramente.

"(...) Hoje reparo que, sem querer, fiquei desiludido (...)

E a parte que a mãe do narrador passa a última  noite da licença dele sentada  em sua cama, e o narrador finge que dorme. Chorei dentro do ônibus. 

Conclusão, parafraseando as misses :  World peace !

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