A
1 Por que os portugueses estavam dispostos a enfrentar os perigos reais e imaginários das Grandes
Navegações?A) Porque caso fossem bem-sucedidos ganhariam muito dinheiro.
B) Porque sabiam da importância de fundar colônias para ajudar os povos primitivos a se desenvolverem.
C) Para provar que a Terra é redonda. D) Para tentar conquistar o mundo.
2. Assinale a alternativa que indica corretamente a importância das especiarias orientais para os Europeus.
A) Eram necessárias para tingir as roupas de vermelho e diferenciar assim os ricos dos pobres.
B) Eram utilizadas em pesquisas para produção de medicamentos.
C) Eram importantes cosméticos e estavam no auge em Paris.
D) Eram usadas para conservar e temperar carne, como não havia geladeiras, isso era muito importante.
3. “Navegar é preciso. Viver não é preciso.” Este verso, muito repercutido em Portugal no século XV
significa que...
A) Navio é um meio de transporte seguro.
B) A vida de muitos portugueses dependia do sucesso das Grandes Navegações.
C) Uma pessoa que tenha uma vida comum em nada contribui para a glória do país, mas um marinheiro,
mesmo que morra em trabalho, sim.
D) Mais vale sobreviver tendo uma vida na pobreza do que se deixar enganar pelas promessas de ganhar
muito dinheiro, arriscando a vida, como marinheiro.
4. Sobre as relações comerciais no tempo das Grandes Navegações assinale a opção incorreta.
A) O comércio passou a ser mundial dando início à globalização.
B) O Oceano Atlântico ficou mais importante do que o Mar Mediterrâneo.
C) Portugal obrigava o Brasil a vender todas as suas riquezas para todos os países e ficava com o
dinheiro.
D) O Brasil só podia fazer comércio com Portugal, Portugal queria ser o único a usufruir das riquezas
brasileiras.
B
Para responder às próximas questões leia o trecho da Carta de Caminha a seguir.Senhor:
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova
do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso
minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o
saiba pior que todos fazer. (…)
Viu um deles [índio] umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas,
e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as
contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.
Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e
mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as
contas a quem lhas dera. (…)
Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos,
porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença.
E portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não
duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa
fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E
imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes
deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa.
Portanto Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E
prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim.
Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem
qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que
aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão
rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. (…) e a terra por
cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (…) De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e
muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão
terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro;
nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre
Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela
tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a
principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (…)
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Pero Vaz de Caminha
(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)
5. Assinale dentre as alternativas, aquela que considerar errada.
A) Na carta ao rei de Portugal Pero Vaz de Caminha descreve a terra encontrada.
B) O documento descreve uma população nativa que o autor narra como generosa e gentil, e por este
motivo deve ser cuidada.
C) A carta indica ao rei de Portugal formas de se apossar de riquezas e de expandir o cristianismo.
D) A carta indica que os índios produziam seus alimentos em roças e criavam rebanhos para seu sustento.
(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)
A carta de Pero Vaz de Caminha foi recuperada pela historiografia nacional principalmente durante o
século XIX. Foi re-editada e tornou-se de grande interesse, considerada a “certidão de nascimento” do
Brasil.
6. Assinale a alternativa errada:
A) Foi considerado o primeiro documento escrito sobre o Brasil.
B) Pero Vaz de Caminha foi o único a dar a boa nova do achamento do Brasil.
C) Não foi por meio deste documento os portugueses declararam a posse do Brasil.
D) Descreve a natureza e as gentes.
7. Assinale a alternativa que mostra uma conclusão correta da leitura.
A) Para o autor, a melhor coisa que se pode fazer nestas terras é plantar.
B) Para o autor, os maiores interesses do rei são metais preciosos e expandir a fé católica.
C) Para o autor, as terras narradas não darão lucro algum, apenas trabalho.
D) Para o autor, não importa se o rei de Portugal queria estas terras, já há pessoas morando nela e ele
defende a idéia que ela pertence aos seus moradores.
C
(3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011)GPS à moda antiga
“Em um dos pequenos navios que faziam parte da extensa armada portuguesa de Pedro Álvares
Cabral vinha o único astrônomo da expedição: Mestre João. Profundo conhecedor de astros e de toda a
ciência náutica, ele foi o primeiro a estudar e a descrever o céu brasileiro, identificando a constelação do
Cruzeiro do Sul.
A observação dos astros naquela época era fundamental, pois ajudava na localização das embarcações.
Foi esta prática que permitiu que a navegação deixasse de ser costeira para partir rumo ao mar aberto do
Atlântico na passagem do século XV para o XVI. As estrelas serviam de guia aos navegantes. Davam
as coordenadas da direção que deveria ser seguida, assim como o GPS (Global Position System) nos dias
de hoje. A grande diferença entre os dois sistemas é, como se pode imaginar, a precisão: enquanto o
primeiro utilizava ferramentas rudimentares, o segundo conta com informações via satélite.
A experiência e as descobertas de Mestre João estão descritas na carta enviada por ele ao rei de
Portugal e elaborada entre os dias 28 de abril e 1º de maio de 1500, alguns dias depois do descobrimento
do Brasil.
Este registro, ao mesmo tempo científico e informativo, foi escrito durante a semana em que a frota
ficou ancorada em Porto Seguro, na atual baía de Cabrália. É um documento precioso que não se conhecia
até o século XIX, quando o historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) a
descobriu em 1843 e a publicou pela primeira vez. (…)
O texto mostra a variedade dos instrumentos da ciência náutica no início da Idade Moderna. O
astrolábio, feito basicamente de bronze, verificava a distância entre o ponto de partida e o lugar onde
estava localizado o navio. As tábuas da Índia, ou kamals, de formato triangular, constituídas de três
réguas, destinavam-se a medir a altura das estrelas. Levada para Portugal por Vasco da Gama (1469-
1524) no retorno de sua primeira viagem à Índia, de 1497 a 1499, a ferramenta demonstra que a troca
cultural entre Ocidente e Oriente estava a pleno vapor. (…)
Até chegar ao posto de astrônomo do rei, Mestre João recebeu uma formação bastante específica. Na
carta, ao se apresentar, ele mostra todas as suas credenciais: “Senhor: O bacharel mestre João, físico e cirurgião de Vossa Alteza, beijo vossas reais mãos”. Naquele período, “físico” era um termo empregado
na Europa para quem exercia a medicina associada à astrologia. Já a denominação de mestre era,
provavelmente, um título identificador dos sábios das comunidades judaicas e árabes.
Judeu e espanhol, Mestre João transferiu-se para Portugal no reinado de D. João II (1481-1495) a fim
de fugir da perseguição inquisitorial em sua terra natal. Evidências indicam que se formara em
Salamanca, na Espanha, e tinha sido aluno do matemático e astrólogo Abraão Zacuto, autor do Almanach
perpetuum, livro básico da astronomia náutica, publicado em 1496, escrito em hebraico e depois
traduzido para o latim e o espanhol. A universidade, uma das mais antigas da Europa, foi um grande
centro de pesquisas no final da Idade Média e no alvorecer da Renascença, tendo contribuído muito para
os estudos de náutica.
Não fossem suas qualificações, Mestre João certamente não teria obtido sucesso na empreitada no
Novo Mundo. Sua técnica, aliada à persistência, fez com que ele identificasse a constelação do Cruzeiro
do Sul, uma referência fundamental para a navegação abaixo da linha do Equador. De tão importante, o
conjunto de estrelas tornou-se simbólico e foi incorporado à bandeira do Brasil em 19 de novembro de
1889, logo após a Proclamação da República”.
8. Assinale a conclusão errada a partir da leitura do artigo sobre as navegações do século XV:
A) Por conter informações científicas revolucionárias, o documento foi ocultado até meados do século
XIX.
B) A biografia de Mestre João demonstra as ricas experiências dos homens que se lançavam aos mares no
século XV, os quais puderam conhecer as mais diversas culturas e valer-se do novo conhecimento
adquirido em seus empreendimentos náuticos.
C) A relação com a cultura árabe foi fundamental para que os portugueses e espanhóis pudessem alcançar
novos territórios.
D) O histórico de perseguições religiosas vividas pelo Mestre João sugere que a história das navegações
seja considerada para além dos interesses comerciais do período.
(3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011)
9. Ainda sobre o texto de Paulo Roberto Pereira, escolha a alternativa errada:
A) A descoberta em 1843 da carta escrita por Mestre João em 1500 é importante porque ajuda a entender,
através dos registros da história náutica, a cultura dos homens que se aventuraram pelos mares em busca
de novas terras.
B) Conhecer o céu brasileiro era fundamental para a realização de navegações vindouras, embora não
contribuísse para a ocupação e dominação dos novos territórios.
C) A comparação realizada pelo historiador entre o mapa das estrelas no início das navegações e o uso
atual do GPS é um esforço de aproximar diferentes experiências históricas e de refletir sobre as diversas
técnicas desenvolvidas pelo homem ao longo do tempo.
D) A importância do Cruzeiro do Sul foi apropriada como um símbolo de patriotismo pelo discurso
republicano no final do século XIX.
(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)
Capítulo LXIII
Onde o rei Manoel, em pessoa, entregou a bandeira real ao capitão
No ano de 1500, o Sereníssimo rei de Portugal chamado Dom Manoel mandou às partes da Índia
uma armada sua, de naus e navios, a qual tinha Pedro Álvares Cabral, fidalgo, por capitão geral (…)
Dessas 12 naus, ordenou que dez descarregassem em Calicut, e que as outras duas [fossem] à Arábia, para
irem a um lugar chamado Sofala, porque queriam contratar mercadorias no dito lugar, o qual lugar de
Sofala acharam estar no caminho de Calicut. (…) E aos oito do mês de março do dito milésimo ficaram
prontos. (…) Aos 14 do dito mês, passou a dita armada pela ilha de Canária. Aos 22, passou pela ilha de
Cabo Verde. Aos 23, desgarrou uma nau da dita armada, de modo que dela nunca mais se soube notícia
até o presente, nem se pôde saber.
Capitulo LXIV
Como as naus correram com a tormenta
Aos 24 dias do mês de abril (…) a dita armada houve vista de terra, de que houve grande prazer. E
chegaram à terra para ver que terra era, a qual terra acharam muito abundante de árvores e gentes que por
ali andavam, pela costa do mar. Lançaram ferro na foz de um pequeno rio. E depois de lançadas as ditas
âncoras, o capitão mandou baixar um batel ao mar, pelo qual mandou ver que gentes eram aquelas. E
acharam que eram gentes de cor parda, entre branco e preto, bem dispostas, com os cabelos corredios; andam nus, como nasceram, sem nenhuma vergonha. Cada um deles levava seu arco com flechas, como
homens que estavam em defesa do dito rio. Na dita armada não havia ninguém que entendesse sua língua
(…) E um dos nossos fiéis foi até onde esses tais homens estavam e agarraram dois deles e os levaram ao
capitão para saber que gente era. E como foi dito, não se entenderam, nem por fala nem por gestos. E
aquela noite o capitão os reteve consigo. No dia seguinte, mandou-os vestir com uma camisa e uma roupa
e [pôr] um barrete vermelho – ficaram muito contentes com o vestuário e maravilhados com as coisas que
lhes mostraram. Depois, mandou-os colocar em terra.
Capítulo LXV
Raíz de que fazem o pão e outros costumes
Naquele mesmo dia (…) o capitão determinou ouvir missa. Mandou armar uma tenda naquele
espaço, onde ordenou erguer um altar. Todos aqueles da dita armada foram ouvir missa e pregação. Ali
muitos homens daqueles se juntaram, bailando e cantando com seus cornos. Logo que a missa foi dita,
todos foram para as suas naus. E aqueles homens da terra entraram no mar, até [dar água] debaixo dos
braços, cantando e divertindo-se. Depois de o capitão ter jantado, a gente da dita armada tornou para terra,
tomando recreio e prazer com aqueles homens da terra. E começaram a negociar com os da armada:
davam seus arcos e flechas por guizos, folhas de papel e pedaços de pano (…)
O outro dia, o capitão-mor determinou colher água e lenha. Todos aqueles da dita armada foram à terra. E
os homens daquele lugar vieram ajudar a pegar água e lenha (…) Negociaram papagaios e uma raiz
chamada inhame, que é o pão deles, que comem os árabes; pelas ditas coisas, os da armada lhes davam
guizos e folhas de papel. Nesse lugar ficamos cinco ou seis dias. (…)
Capitulo LXVI
Papagaios na terra recentemente descoberta
Nessa terra não vimos ferro, faltam-lhes também outros metais. Cortam a madeira com pedra. Há
muitas aves de várias espécies, especialmente papagaios de muitas cores, entre os quais alguns grandes
como galinha, e outros pássaros mui bonitos. Das penas das ditas aves fazem chapéus e barretes, que
usam. A terra tem abundantes árvores, muitas águas boas, inhames e algodão. Nesses lugares não vimos
nenhum animal. A terra é grande e não sabemos se é ilha ou terra firme; pela sua grandeza, achamos que
seja terra firme e tem muito bom ar (…) Nesses dias que ali estivemos, o capitão determinou de fazer
saber o nosso Santíssimo Rei o achado desta terra e de deixar nela dois homens banidos e condenados à
morte, que tínhamos na dita armada para tal fim. E logo o dito capitão despachou um navio que tinham
para mantimentos, além das 12 naus sobreditas, o qual navio levou carta ao rei, na qual se continha
quanto tínhamos visto e descoberto (…) Como foi dito, deixou os dois homens banidos no dito lugar, os
quais começaram a chorar. E os homens daquela terra os confortavam e mostravam ter piedade deles.
(…)
Glossário
Sofala: rica cidade comercial, perto da África Oriental, na atual região de Moçambique, onde era
comerciado o ouro vindo dos antigos reinos de Zimbábue e Monomopata, trazido do interior pelos árabes,
da qual Vasco da Gama, em 1498, tivera notícias, mas onde não aportara, para lá tentar negociar ouro.
Relação do português anônimo, 1500
10. Escolha a alternativa errada:
A) A descrição do encontro dos portugueses com os nativos da terra é marcado pelas trocas culturais
conflituosas e violentas, da mesma forma que é descrita na Carta de Pero Vaz de Caminha.
B) Ao mesmo tempo em que cada nova terra encontrada aumentava o território e o poder do rei, a
ausência de metais preciosos ou de outros produtos comercialmente valorizados, motivava a busca por
novas possessões.
C) O banimento ou degredo, além de significar exílio, desterramento, pode ser entendido como um
instrumento utilizado pela Coroa não só para punir os condenados, mas para povoar o território.
D) O documento situa e descreve o descobrimento do Brasil no conjunto de toda viagem empreendida por
Cabral, a qual tinha como objetivo principal chegar à Índia, para ali consolidar a primazia do comércio
português.
(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)
Leia o texto do cronista português Fernão Lopes de Castanheda que relatou a partida do vice-rei
Francisco de Almeida em uma grande armada portuguesa que se dirigia de Lisboa à Índia, em 1505.
História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses
“Foi o rei à sua nau para o ver partir cuidando que fosse aquele dia sua partida (e não foi por ser o
tempo contrário) para isso. E assim durou até vinte e cinco de março sem nunca segurar para se a frota
poder partir. E neste tempo se perdeu a nau de Pero d’Anhaia (…) e abonançado o tempo o governador se
partiu de Belém a vinte e cinco de março de mil e quinhentos e cinco [1505], e El Rei foi por mar a velo
partir, e esteve até ver [partir] a frota que se desamarrou, com grandes gritas e estrondos de toda sua
artilharia e assim da torre [de Belém]. E indo esta frota pelo rio abaixo, mandando aos pilotos do leme
que governassem a bombordo, e estibordo, como se costuma quando saem de algum rio, embaraçavam-se
os marinheiros por não serem ainda versados naqueles vocábulos, principalmente os da caravela de João
Homem, e quando havia de governar a bombordo que é da mão direita, governavam a estibordo que é a
esquerda: o que vendo João Homem disse ao piloto que falasse aos marinheiros por vocábulos que eles
sabiam: e quando quisesse que governassem a estibordo que dissesse alhos, e quando a bombordo
cebolas: e a cada banda mandou pendurar uma réstia destas coisas; e como o piloto falou por aqueles
vocábulos se não embaraçaram mais os marinheiros e governaram direito”
11. Indique a alternativa errônea.
A) A crônica evidencia o pouco conhecimento náutico que os marinheiros possuíam em “governar” as
naus, uma vez que foi necessário substituir “bombordo e estibordo” por “alhos e cebolas”.
B) A descrição dos efetivos realizadores das Grandes Navegações nesse texto contrasta com outros
relatos que retratam os portugueses como heróis dotados de profundo conhecimento náutico.
C) O texto relata a celebração da partida de uma frota de caravelas portuguesas rumo à Índia no contexto
das Grandes Navegações, que inclui a conquista do território da América Portuguesa, cuja partida é
acompanhada pelo rei, pela população e por um cortejo marcial na foz do rio Tejo.
D) O conhecimento náutico e suas técnicas descritos no texto seguiam uma ampla tradição partilhada
entre os capitães das caravelas e seus subordinados na Escola de Sagres.
_________________________________________________________________________________
D
1.
Quais os dois países que mais se destacaram no período das Grandes
Navegações e Descobrimentos Marítimos dos séculos XV e XVI?
A -
Inglaterra e França
B -
Holanda e Itália
C -
Portugal e Espanha
D -
Alemanha e Noruega
_____________________
2.
Qual era o principal objetivo dos empreendimentos marítimos dos
séculos XV e XVI?
A -
Fazer a navegação ao redor do mundo passando por todos os oceanos.
B -
Descobrir e controlar uma rota marítima para as Índias para comprar
especiarias diretamente na fonte e vender com elevados lucros na
Europa.
C -
Chegar até o extremo norte do continente americano para iniciar o
povoamento da região.
D -
Estabelecer e controlar novas rotas marítimas para a Oceania com o
objetivo de explorar os recursos minerais da região.
3) Com
relação
ao
comércio
das
especiarias,
pode‐se
dizer
que:
(A)
a
s
especiarias
vinham
em
grande
quantidade
do
Oriente
e
o
lucro
obtido
devia‐se
à
comercialização
da
maioria
delas
por
baixos
preços
(B)
o
comércio
de
produtos
orientais
era
extremamente
lucrativo,
porém
era
controlado
pelas
cidades
italianas
de
Gênova
e
Veneza
(C)
antes
da
expansão
marítima,
as
mercadorias
orientais
eram
distribuídas
para
Europa
através
do
Porto
de
Lisboa
(D)
os
holandeses
eram
os
únicos
a
comprar
as
mercadorias
orientais
em
Túnis
(E)
apesar
de
lucrativo,
o
comércio
de
produtos
orientais
não
foi
uma
atividade
importante
na
Europa
entre
os
séculos
XI
e
XV.
4)Dispostos a
participar do lucrativo comércio
de especiarias,
realizado pelos portos do levante
mediterrâneo e
controlado pelos venezianos, os portugueses
buscaram um caminho
alternativo. Em 1498, Vasco da
Gama conseguiu chegar à
Índia:
a) através dos portos
do poente mediterrâneo.
b) utilizando as
antigas rotas terrestres do Meio Oriente.
c) utilizando o canal
do Panamá.
d) através do Estreito
de Magalhães.
e) contornando a
África.
E
JUL
1 - Leia o poema, abaixo, sobre a conquista dos mares no início da era moderna.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzamos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram sem casar
Para que fosses nosso ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem, quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mar português. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960
De acordo com esse poema, a expansão marítima está relacionada à:
a) aliança com as cidades italianas.
b) busca de uma rota comercial para as Índias.
c) conquista de Portugal pelos mouros.
d) descentralização do governo de Portugal.
2 - A expansão comercial e marítima, dos séculos XV e XVI, foi uma experiência de grande impacto no mundo europeu, pois:
I - utilizou-se de novas técnicas, possibilitadoras da ampliação dos conhecimentos náuticos e astronômicos.
II - estimulou a difusão de relatos de cunho etnocêntrico (os europeus como principal raça, povo, os dominadores) sobre os povos e terras extra-europeus.
III - propiciou a paz religiosa entre reformadores e ortodoxos, na medida em que viabilizou a distribuição desses grupos pelos novos espaços habitáveis do mundo colonial.
Indique a opção que apresenta as afirmativas corretas:
a) I e II ,apenas
b) II, apenas.
c) I, II e III.
c) I, II e III.
d) III, apenas.
3 - Como consequência das Grandes Navegações, assinale a afirmativa correta:
a) Gênova e Veneza passaram a monopolizar o comércio das especiarias orientais.
b) Os Estados Nacionais Europeus enfraqueceram-se devido às despesas com as navegações.
c) O eixo das atividades econômicas deslocou-se do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.
d) O Estado Monárquico mostrou-se desinteressado das atividades mercantis e coloniais.
4 - (UFMG) Leia o texto.
E aproximava-se o tempo da chegada das notícias de Portugal sobre a vinda das suas caravelas, e esperava-se essa notícia com medo e apreensão; e por causa disso não havia transações, nem de um ducado [...] afeira alemã de Veneza não há muitos negócios. E isto porque os Alemães não querem comprar pelos altos preços correntes, e os mercadores venezianos não querem baixar os preços [...] E na verdade são as trocas tão poucas como se não poderia prever.
Diário dum mercador veneziano, 1508.
O quadro descrito nesse texto pode ser relacionado à
a) comercialização das drogas do sertão e produtos tropicais da colônia do Brasil.
b) distribuição, na Europa, da produção açucareira do Nordeste brasileiro.
c) importação, pelos portugueses, das especiarias das Índias Orientais.
d) participação dos portugueses no tráfico de escravos da Guiné e de Moçambique.
5 – (UNESP – SP – 2010) A propósito da Expansão Marítimo-comercial européia dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar que:
a) a Igreja Católica foi contrária à Expansão e não participou da colonização das novas terras.
b) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos.
c) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras.
d) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos.
e) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no Mar Mediterrâneo.
6 – (PUC Minas-2008) A história e a Literatura têm trazido contribuições importantes para compreensão do desenvolvimento das civilizações. Leia o poema “Mar Português” de Fernando Pessoa, e assinale a afirmativa correta de acordo com o texto.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzamos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram sem casar
Para que fosses nosso ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem, quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu.
a) Refere-se à Expansão Marítima portuguesa durante os séculos XV e XVI, ampliando a esfera política e geográfica do mundo conhecido.
b) Explica o mito fundador da colonização do Novo Mundo a partir da imposição da Coroa portuguesa e de seus aliados espanhóis.
c) Trata-se de uma interpretação idealista da Expansão Marítima portuguesa, criada a partir das ideias mercantilistas inglesas e francesas do século XIX.
d) Critica o modelo histórico que explica o processo de colonização portuguesa em função da mudança do eixo atlântico para o Mediterrâneo.
Gabarito
1 - B
2 - A
3 - C
4 - C
5 - C
6 - A
_________________________________________________________________________________
F
1. O período 1450-1550, de transição da Idade Média para a Idade Moderna, conheceu dentre outras características:
a) decadência econômica e racionalização da vida religiosa.
b) revalorização do aristotelismo e consolidação do Estado Absolutista.
c) forte efervescência religiosa e intensa expansão comercial.
d) avanço do liberalismo burguês e recuo do feudalismo.
e) hegemonia europeia francesa e despontar da arte gótica.
2. Durante o século XVI, a Europa conheceu um processo inflacionário profundamente perturbador - conhecido como "revolução dos preços"- que provocou uma acentuada transferência de renda entre os grupos sociais e, até mesmo, entre países. Esse processo foi causado:
a) pela consolidação dos Estados Absolutistas que mantinham Cortes e gastos extraordinários.
b) pelas guerras de religião que obrigaram os Estados a constituir exércitos poderosos e caros.
c) pela abertura das rotas de comércio marítimo com a Ásia, inundando a Europa com especiarias e produtos de todo tipo.
d) pela chegada, em grande quantidade, de prata e ouro da América espanhola.
e) pelas guerras entre as monarquias mais poderosas para conquistar a Itália e manter a hegemonia na Europa.
3. As razões do pioneirismo português na Expansão Marítima dos séculos XV e XVI foram:
a) a invasão da Península Ibérica pelos árabes e a conquista de Calicute pelos turcos.
b) a assinatura do Tratado de Tordesilhas por Portugal e pelos demais países europeus.
c) um Estado Liberal centralizado, voltado para a acumulação de novos mercados consumidores.
d) As guerras religiosas, a descentralização política do Estado e o fortalecimento dos laços servis.
e) uma monarquia centralizada, interessada no comércio de especiarias.
O processo de formação do Estado Nacional na Península Ibérica está diretamente ligado à Reconquista, que significou;
4)a) cobrança de impostos efetivada pelas casas reinantes aos invasores turcos.
b) formação de exércitos nacionais para enfrentar o particularismo feudal.
c) luta dos cristãos para recuperar os territórios ocupados pelos muçulmanos.
d) confisco dos bens da Igreja para aumentar o poder feudal.
e) ocupação de territórios invadidos por proprietários rurais e pela burguesia comercial urbana.
G
1) Portugal e Espanha largaram na frente dos outros países europeus devido a uma série de fatores que influenciaram a sociedade em vários aspectos. Para avaliar seus conhecimentos referente as Grandes Navegações, relacione as informações propostas com os interesses dos países estudados. Coloque (P) para as afirmativas que estejam relacionadas à Portugal e (E) para as relacionadas à Espanha. (1,0)
( P ) Portugal ( ) Seus reis investiram no plano de Cristóvão Colombo de dar a volta ao mundo na busca de um novo caminho ao oriente.
( E ) Espanha ( ) Desejavam converter ao cristianismo os nativos de outros continentes, e também combater os “infiéis”.
( ) D.Henrique criou a Escola de Sagres por sentir a necessidade do desenvolvimento náutico.
( ) Estavam em condições de liderar a expansão marítima e comercia européia.
( ) Novas rotas para o oriente foram descobertas com a ajuda das caravelas, que foram desenvolvidas por volta de 1226 d.C
2) Durante nossos estudos verificamos que os europeus foram os pioneiros nas navegações e na busca por rotas marítimas para se chegar ás Índias. De acordo com as aulas ministradas e o estudo sobre as grandes navegações assinale a alternativa correta. (0,5)
A) Para Portugal e Espanha saírem na frente das Grandes Navegações, estes tiveram um auxilio geográfico, econômico e político.
B) Os europeus do século XV não enfrentaram problemas em suas navegações, por isso as Grandes Navegações foi um sucesso.
C)As especiarias indianas não eram muito cobiçadas pelos, pois os europeus possuíam essas especiarias em seu território.
D) As Grandes Navegações ocorridas aproximadamente entre 1400 a 1600 não tiveram o apoio dos reis, principalmente de Portugal e Espanha.
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SOBRE AS GRANDES NAVEGAÇÕES E DESCOBRIMENTOS MARÍTIMOS, relacione a 2ª coluna com a 1ª
Contexto Histórico
(1)- os europeus estavam em busca de especiarias como...
(2)- Portugal foi o 1º, o pioneiro, das grandes navegações porque tinha...
(3)- Na Escola de Sagres os portugueses realizavam... (4)- Para Portugal sair para as grandes navegações teve apoio dos...
Planejamento das Navegações(5)– Para se navegar pelo oceano era necessário ter conhecimento de. .
(6)- Para a saída de Portugal para as navegações foi importantíssimo o desenvolvimento de Instrumentos de navegação como...
(7)- Naquela época marcada pelo medo da Idade Média os europeus tinham que enfrentar desafios como...
“Descobrimentos” de Portugal(8)- Vasco da Gama (1498) - Chegou as ...
(9)- Cabral (1500) – Chegou ao...
(10)- Portugal teve lucros fabulosos com o comércio de especiarias por isso se tornou a maior ...
“Descobrimentos” da Espanha(11)- Cristovão Colombo chegou à...
(12)- O projeto da Espanha era chegar às Índias, navegando para o Oeste e isso fez com que provassem que ... (13)- Quando os Portugueses chegaram houve um encontro de culturas (“choque cultural”) entre ... A Guerra de Conquista(14)- Os primeiros contatos dos portugueses com os indígenas foi .. (15)- Os espanhóis usaram como armas na conquista...
(16)- Objetivo da Espanha na conquista era...
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( ) (cravo, canela, pimenta, noz-moscada)
( ) caravelas, experiência, dinheiro e unificação no país.
( ) a Terra era redonda e não plana como se imaginava.
( ) América em 1492.
( ) armas de fogo e transmissão de doenças,
( ) roubar o ouro e as terras dos Incas, Maias e Astecas
( ) astrolábio, bússola e as caravelas.
( ) o medo do desconhecido, medo de monstros (imaginário), o pensamento de que a terra era plana.
( ) Astronomia, porque usava-se os astros como meios de orientação.
( ) Brasil de passagem para as Índias (viagem de reconhecimento)
( ) potência econômica da época ( o país mais rico)
( ) de forma amistosa e amigável.
( ) estudos náuticos
( ) europeus X Indígenas. Os índios foram dizimados.
( ) Índias - contornando a África
( ) reis que queriam mais impostos e da Igreja Católica que queria mais fiéis.
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Alguém pode ajudar com o gabarito das partes B e C por favor
ResponderExcluirPor gentileza, alguém poderia dispor o gabarito da parte A?
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