Minha mãe se separou do meu pai e fomos morar nos fundos da casa da minha vó. Uma nova cidade, num novo colégio. Fazer amizades, fingir pela segunda vez.
Agora uma escola publica. O que esperar? As aulas começam as 7:00, posso acordar 6: 55. Isso pelo menos é bom.
Não vejo muita diferença dessa escola, para que eu estudava, são as mesmas horas perdidas massantes.
Única coisa boa é que não tenho que lidar com aqueles idiotas que pensam que são ricos.
E dessa vez, Caio Silva, fez uma amizade no primeiro dia, o Diordan.
Sempre acontecem coisas estranhas comigo, mas aprendi desde criança a não contar pra ninguém, quando falei pela primeira vez com meus pais, fui parar num psicologo e cara isso não é legal.
Hoje mesmo quando acordei para ir para escola, eram 6:55, minha mãe, que é enfermeira estava ainda no plantão do hospital, abri a janela do minusculo quarto e entrou uma onda pra cima de mim que vinha do céu, ela era escura com pontos dourados, isso durou horas, mas na minha cabeça, porque quando parou e olhei o celular eram 6:55 ainda, me assustei e gritei, mas parece que ninguém escutou.
Vesti o uniforme correndo, peguei o material e saí correndo pra escola, quando estava de fora do portão, um senhor alto, cabelos grisalhos, óculos e terno elegante saindo da garagem dele num desses carros maneiros de gente burguesa, me olhou e me deu um sorriso intrigante, o mais louco disso tudo, é que todos os dias encontro com esse cara antes de ir pra escola, e parece que sempre saímos nos mesmos segundos, e cheguei como sempre as 7:00 , quando o sinal tocou para entrada é o que digo são coisas que não posso contar a ninguém.
Hoje o Diordan estava triste, eu senti a tristeza dele, o celular dele quebrou e o pai dele não tem dinheiro para comprar outro, eu sinto tanta sinceridade na amizade com o Diordan, que eu tinha que ajudar ele, mas isso significava mostrar o meu segredo a alguém.
Quando saímos da escola, eu disse Diordan eu posso te ajudar com o seu celular, mas você não vai pensar que sou anormal e não pode contar isso pra ninguém, o Diordan disse que eu parecia mesmo anormal e riu pela primeira vez no dia. Mas não conto nada para ninguém, somos amigos cara, senti a sinceridade vindo de dentro dos sentimentos dele, na escola particular que eu estudava nunca tive uma amizade assim.
Peguei o celular do Diordan coloquei entre as mãos e ele voltou a funcionar, o Diordam ficou enlouquecido. Porque celular ficou como novo, ainda melhor, muito mais veloz.
Chegando peto da minha casa, quem estava passeando com o cachorrinho na rua, o velho do terno, ele disse oi Caio e Diordan. Eu disse como você sabe o nosso nome, ele respondeu não importa. O que importa é que sou Dr Humberto Almeida, professor de física na universidade, e disse se eu quisesse fazia aparecer aqui mesmo na rua uma loja cheia de celulares, e no mesmo segundo vi a loja, mas ele disse mas pra que tantos celulares e ela desapareceu. E entrou dentro de casa com o cachorrinho, dizendo a adeus e rindo com aquela cara de sapo feliz.
Olhei para o Diordam e disse você viu o que eu vi? E o Diordam pálido disse que sim… Entrei em casa e o Diordam seguiu caminho porque morava na parte mais alta do bairro.
Mal coloquei os pés em casa e veio minha prima gritando que tínhamos que ajudar a minha vó, sai correndo com ela...
Dimitre Pavlov
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