Pesquisar este blog

domingo, 24 de dezembro de 2017

Machado de Assis MISSA DO GALO



Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem, quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver "a missa do galo na Corte". A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.
- Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição.
- Leio, D. Inácia.
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente ébrio de Dumas. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da sala o vulto de Conceição.
- Ainda não foi? Perguntou ela.
- Não fui; parece que ainda não é meia-noite.
- Que paciência!
Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da a1cova. Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não disparatada com o meu livro de aventuras. Fechei o livro; ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza:
- Não! qual! Acordei por acordar.
Fitei-a um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, porém, que valeria alguma coisa em outro espírito, depressa a botei fora, sem advertir que talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me não afligir ou aborrecer. Já disse que ela era boa, muito boa.
- Mas a hora já há de estar próxima, disse eu.
- Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E esperar sozinho! Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse quando me viu.
- Quando ouvi os passos estranhei; mas a senhora apareceu logo.
- Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.
- Justamente: é muito bonito.
- Gosta de romances?
- Gosto.
- Já leu a Moreninha?
- Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba.
- Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que romances é que você tem lido?
Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos.
- Talvez esteja aborrecida, pensei eu.
E logo alto:
- D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...
- Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?
- Já tenho feito isso.
- Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.
- Que velha o quê, D. Conceição?
Tal foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranqüilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou consertando a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo das suas idéias; tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte, e não queria perdê-la.
- É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem.
- Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a semana santa na Corte é mais bonita que na roça. São João não digo, nem Santo Antônio...
Pouco a pouco, tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muitos claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras coisas que me iam vindo à boca. Falava emendando os assuntos, sem saber por quê, variando deles ou tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alteava um pouco a voz, ela reprimia-me:
- Mais baixo! Mamãe pode acordar.
E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido; cochichávamos os dois, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito séria, com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou; trocou de atitude e de lugar. Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me, e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas. Conceição disse baixinho:
- Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve; se acordasse agora, coitada, tão cedo não pegava no sono.
- Eu também sou assim.
- O quê? Perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor.
Fui sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti a palavra. Riu-se da coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves.
- Há ocasiões em que sou como mamãe: acordando, custa-me dormir outra vez, rolo na cama, à toa, levanto-me, acendo vela, passeio, torno a deitar-me, e nada.
- Foi o que lhe aconteceu hoje.
- Não, não, atalhou ela.
Não entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse. Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A conversa reatou-se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem pela missa. Quando eu acabava uma narração ou uma explicação, ela inventava outra pergunta ou outra matéria, e eu pegava novamente na palavra. De quando em quando, reprimia-me:
- Mais baixo, mais baixo...
Havia também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio que deu por mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho frescas é que, em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei que ia dizer alguma coisa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio, voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo. Dali relanceou a vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé, falou de duas gravuras que pendiam da parede.
- Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar outros.
Chiquinho era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste homem. Um representava "Cleópatra"; não me recordo o assunto do outro, mas eram mulheres. Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios.
- São bonitos, disse eu.
- Bonitos são; mas estão manchados. E depois francamente, eu preferia duas imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de barbeiro.
- De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro.
- Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e namoros, e naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. Em casa de família é que não acho próprio. É o que eu penso; mas eu penso muita coisa assim esquisita. Seja o que for, não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório.
A idéia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e quis dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio, reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando cansou do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de família, que lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me contou, mas eu sabia que casara aos vinte e sete anos.
Já agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma atitude. Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as paredes.
- Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse consigo.
Concordei, para dizer alguma coisa, para sair da espécie de sono magnético, ou o que quer que era que me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um sentimento de respeito; mas a idéia de parecer que era aborrecimento, quando não era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo. Na rua, o silêncio era completo.
Chegamos a ficar por algum tempo, - não posso dizer quanto, - inteiramente calados. O rumor único e escasso, era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição parecia estar devaneando. Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de fora, e uma voz que bradava: "Missa do galo! missa do galo!"
- Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou de ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá, que hão de ser horas; adeus.
- Já serão horas? perguntei.
- Naturalmente.
- Missa do galo! repetiram de fora, batendo.
-Vá, vá, não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus; até amanhã.
E com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, pisando mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a igreja. Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço, falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro, em março, o escrivão tinha morrido de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido.


Fonte: Contos Consagrados - Machado de Assis - Coleção Pretígio - Ediouro - s/d.

domingo, 26 de novembro de 2017

A PESTE NEGRA (texto com exercício )


A PESTE NEGRA
As causas da Peste Negra e sua influência na população, com o professor cenecista Renant Araújo Morais, também chamada de peste bubônica, assim ficou conhecida a pandemia que, vinda da China em navios mercantes, entre 1347 e 1350, rapidamente se espalhou para diversos países com conseqüências desastrosas, reduzindo a população européia em aproximadamente um terço (cerca de 25 milhões de pessoas). A peste não escolhia vítimas, morriam mulheres, crianças, nobres, clérigos e camponeses. Durante este período a produção agrícola diminui muito, houve escassez de alimentos e de bens de consumo. Os efetivos militares diminuíram, a nobreza empobreceu e ocorreu a ascensão da burguesia, que detinha a exploração do comércio. Todos estes fatores provocaram grandes mudanças sociais. Devido à ignorância das pessoas naquela época, cogitava-se a possibilidade da peste ser um castigo de Deus.
O causador da peste negra foi um bacilo chamado Pasturella Pestis (descoberto posteriormente no final do século XIX) presente em roedores tais como ratos e suas pulgas (Xenopsilla cheopis). Estes foram os responsáveis pelo contágio de seres humanos. A peste era extremamente agressiva chegando a matar em três dias. Havia três formas da peste se manifestar: Peste bubônica – a mais comum, que se caracterizava pela inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço, virilhas e axilas, Pneumônica – atacava os pulmões Septicêmica – atacava o sangue, ocasionando hemorragias em diversas partes do corpo.
A doença alastrava-se facilmente entre as pessoas através de espirros e tosse com pus e sangue. O aspecto dos doentes era horrível, os tumores secretavam sangue e pus, a urina, o suor, a saliva e o escarro apresentavam aspecto escurecido (daí o nome peste negra). Há relatos de que as pessoas acometidas pela peste fediam muito. Entre os sintomas é importante ressaltar a febre alta e dores fortíssimas.
Na Idade Média, como não havia cura, as pessoas usavam vinagre pra tentar se defender, tendo em vista que tanto os ratos quanto as pulgas evitam seu cheiro. O número de mortos era tão grande que eram abertas enormes valas comuns. Com a descoberta dos antibióticos a doença antes tida como mortal, atualmente é facilmente controlada. São usados neste caso estreptomicina, tetraciclinas, clorafenicol, gentamicina e doxiciclina.
Responda
1)  Onde se originou a Peste Negra e como chegou à Europa?
2) Quantas pessoas morreram vítimas da Peste Negra na  Europa?
3) Por que a Peste Negra levou  a mudanças sociais na Europa Ocidental?
4) Qual a causa da Peste Negra, e como ela se espalhava?
5) Qual sintomas os infectados apresentavam?
6) Como as pessoas se defendiam da doença na período medieval, e como se defendem hoje?

domingo, 19 de novembro de 2017

Absolutismo, Mercantilismo e Grandes Navegações (Ensino Médio)

1) O sistema mercantilista organizou a esfera das trocas econômicas do mundo ocidental no início da Idade Moderna, à época das monarquias absolutistas europeias. Uma das características do sistema mercantilista era o metalismo, que pode ser definido como:
a) os metais só tinham validade nas trocas comerciais entre as Metrópoles e suas Colônias.
b) os metais só tinham validade para nações com grande capacidade de navegação, como Espanha.
c) a riqueza de uma determinada nação era medida pelo acúmulo de metais preciosos que ela tinha em suas reservas.
d) a riqueza de uma determinada nação era determinada pela quantidade de metais preciosos que ela depositava nas bolsas de valores de outras nações.

 2)A política econômica do Estado Absolutista, o Mercantilismo, reuniu práticas e doutrinas que, em suas diversas modalidades entre os séculos XVI e XVII, caracterizou-se por um (a):
a) liberalismo econômico como forma de manutenção da aliança política do Rei com os segmentos burgueses.
b) protecionismo alfandegário por meio de proibições das exportações que visava ao equilíbrio da balança comercial do Estado.
c) intervencionismo estatal nas atividades comerciais lucrativas que proibiu a concessão de monopólios a grupos privados.
d) expansão do poderio naval como garantia das comunicações marítimas entre as metrópoles e seus impérios coloniais.
e) restrição dos privilégios senhoriais relacionados à participação da nobreza no comércio ultramarino e nas companhias comerciais do Estado, tais como a Companhia das Índias Orientais e das Índias Ocidentais.

3)Na base do Mercantilismo estava um procedimento econômico que foi duramente criticado pelos fundadores do liberalismo, como Adam Smith, a saber: o protecionismo. É correto dizer que uma das determinações mais conhecidas do protecionismo era:
a) a fisiocracia
b) o pacto colonial ou exclusivo colonial
c) o desfavorecimento intencional da balança comercial
d) a desvalorização da moeda nacional
e) o despotismo esclarecido

4) Considere as seguintes afirmações a respeito do mercantilismo:
I - Por mercantilismo entende-se um conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas pelo Estado Absolutista.
II - O estímulo à expansão marítima e colonial e o estabelecimento de monopólios caracterizam as políticas mercantilistas.
III - Portugal, Espanha, França, Holanda e Inglaterra são países nos quais a política mercantilista alcançou grande desenvolvimento.
Quais estão corretas?
a) apenas I
b) apenas II
c) apenas III
d) apenas II e III
e) I, II e III

5) A formação do Estado Absolutista
corresponde a uma:
a) Aliança dos Senhores Feudais e o Clero
b) Limitação do poder do Clero
c) Aliança da Burguesia com o rei.
d) Articulação da Nobreza com a Burguesia
e) Aliança da Nobreza com a Burguesia

6) Diziam os mareantes, que depois desse cabo não há nem gente nem povoado algum; a terra não é menos arenosa que os desertos da Líbia, onde não há água, nem árvores, nem erva verde; e o mar é tão baixo, que a uma légua da terra não há fundo mais que uma braça." O texto faz referência à época:
a) da Revolução Industrial na Idade Contemporânea;
b) das Grandes Navegações no início da Idade Média;
c) das navegações fenícias;
d) do expansionismo marítimo lusitano;
e) do neocolonialismo.

7) Destaca-se como resultado das descobertas e da expansão luso-espanhola nos tempos modernos a:
a) abertura de uma nova era de navegação e comércio, não mais concentrada no Mediterrâneo e sim no Oceano Atlântico;
b) defesa das culturas nativas das Américas pelo Clero e pelo Estado;
c) diminuição do comércio entre Europa e Novo Mundo, com a hegemonia do mar Mediterrâneo;
d) formação de novos impérios na África e na Ásia, com a ampliação do comércio entre os dois continentes;
e) preservação da autonomia política das nações conquistadas, a exemplo do México e do Peru.

8) O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, está ligado à:
a) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-cambista.
b) Expansão comercial e marítima, advindas do período medieval com forte sentimento cristão cruzadista.
c) Expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista.
d) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral. Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal.
e) Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.

9) Leia.

Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Deve, todavia, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não adquire amizade, evite ser odiado, porque pode muito bem ser ao mesmo tempo temido e não odiado; o que sempre conseguirá desde que respeite os bens dos seus concidadãos e dos seus súditos porque os homens esquecem mais depressa a morte do pai que a perda do patrimônio.
Mas quando um príncipe está com os exércitos e tem uma multidão de soldados sob o seu comando, então é de todo necessário que não se importe de passar por cruel; porque sem esta fama não se mantém um exército unido, nem disposto a qualquer feito.

O Príncipe, de Nicolau Maquiavel
Adaptado de www.arqnet.pt

Nicolau Maquiavel foi um pensador florentino que viveu na época do Renascimento. Ele é considerado um dos fundadores do pensamento político moderno e suas ideias serviram de base para a constituição do Absolutismo monárquico.
Identifique no texto duas práticas do Absolutismo monárquico.

10) Os portugueses queriam encontrar um novo caminho para  oriente, observe o mapa e responda


a) Por que os portugueses queriam encontrar um novo caminho para o oriente?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Explique a rota dos portugueses para o oriente:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11) Os espanhóis também queriam encontrar um novo caminho para o oriente, os reis espanhóis contrataram o italiano Cristóvão Colombo. Observe o mapa e responda:

a) Colombo tinha uma teoria para um novo caminho para o oriente. Explique a teoria de Colombo:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Colombo estava certo em sua teoria ? O que aconteceu depois da sua viagem:
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Gabarito - As Grandes Navegações

RESPOSTAS
1-A
2-D
3-C
4-B
5-A
6-A
7-B
8-C
9-C
10-E
11-A
12-C

Exercícios de História Moderna - Grandes Navegações (Ensino Médio)

01. (UFAL) Ao contrário dos portugueses, que buscavam atingir as Índias contornando a costa africana, Colombo:

a) concentrou suas navegações na parte Leste, em busca de uma passagem Noroeste para as Índias.
b) concentrou suas navegações na parte Norte da América, em busca de uma passagem ao Noroeste para o continente asiático;
c) dirigiu-se para o Oeste em busca da passagem Sudeste para o continente asiático;
d) Navegou pelo Oceano Atlântico em direção ao Canal da Mancha e Mar do Norte, seguindo as instruções do Rei de Portugal;
e) planejou atingir o Leste, onde se encontravam as Índias, viajando no sentido Oeste;


02. (UNIP) "... Diziam os mareantes, que depois desse cabo não há nem gente nem povoado algum; a terra não é menos arenosa que os desertos da Líbia, onde não há água, nem árvores, nem erva verde; e o mar é tão baixo, que a uma légua da terra não há fundo mais que uma braça." O texto faz referência à época:

a) da Revolução Industrial na Idade Contemporânea;
b) das Grandes Navegações no início da Idade Média;
c) das navegações fenícias;
d) do expansionismo marítimo lusitano;
e) do neocolonialismo.


03. A esquadra enviada por D. Manuel, rei de Portugal, às Índias, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, tinha como objetivo:

a) combater a pirataria nas Colônias portuguesas na costa oeste da África;
b) confirmar a existência de minas de metais preciosos no sul da Ásia;
c) estabelecer uma sólida relação comercial e política com os povos do Oriente;
d) procurar outro caminho que conduzisse ao Oriente sem utilizar o Mediterrâneo;
e) verificar as possibilidades de exploração de mão-de-obra escrava.


04. Associe corretamente:

(A) Diogo Cão                           I. Chegou às Américas, em 1492
(B) Gil Eannes                            II. Contornou o Cabo das Tormentas, em 1488
(C) Vasco da Gama                   III. Alcançou o rio Zaire, no Congo, em 1484
(D) Bartolomeu Dias                  IV. Alcançou as Índias, em 1498
(E) Cristóvão Colombo              V. Ultrapassou o Cabo Bojador, em 1434

a) A - I; B - III; C - IV; D - V; E - II
b) A - III; B - V; C - IV; D - II; E - I
c) A - II; B - I; C - IV; D - V; E - III
d) A - V; B - IV; C - II; D - III; E - I;
e) A - IV; B - V; C - II; D - I; E - III


05. (UNIFENAS) Destaca-se como resultado das descobertas e da expansão luso-espanhola nos tempos modernos a:

a) abertura de uma nova era de navegação e comércio, não mais concentrada no Mediterrâneo e sim no Oceano Atlântico;
b) defesa das culturas nativas das Américas pelo Clero e pelo Estado;
c) diminuição do comércio entre Europa e Novo Mundo, com a hegemonia do mar Mediterrâneo;
d) formação de novos impérios na África e na Ásia, com a ampliação do comércio entre os dois continentes;
e) preservação da autonomia política das nações conquistadas, a exemplo do México e do Peru.

06. "O apoio financeiro da classe mercantil foi decisivo para o sucesso do movimento revolucionário, que faz surgir um novo Estado Nacional, mais forte e mais centralizado, e eminentemente mercantilista." O movimento revolucionário mencionado no texto e referente à História de Portugal está ligado:

a) à ascensão do Mestre de Avis ao trono português;
b) à atuação de Afonso Henrique de Borgonha, fundador do Reino de Portugal;
c) à dominação dos Felipes sobre Portugal;
d) à Reconquista cristã do território português aos árabes;
e) à Restauração Portuguesa, que marca o fim da dominação espanhola.


07. Sobre as Navegações e os Descobrimentos, assinale a alternativa falsa:

a) A Conquista de Ceuta foi o passo inicial para o início da expansão portuguesa.
b) A Escola de Sagres foi um espaço para que jovens pudessem estudar e serem navegadores.
c) A Espanha retardou a sua participação na Expansão Marítima porque estava ainda em luta com os mouros e em processo de unificação política.
d) Com os Descobrimentos, o eixo-econômico transferiu-se do Mediterrâneo para o Atlântico.
e) O que melhor explica o pioneirismo luso nas navegações é a posição geográfica de Portugal.


08. (PUCCamp-SP) O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, está ligado à:

a) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-cambista.
b) Expansão comercial e marítima, advindas do período medieval com forte sentimento cristão cruzadista.
c) Expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista.
d) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral. Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal.
e) Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.


09. Cesup/Unaes/Seat-MS)- Na expansão da Europa, a partir do século XV, encontramos intimamente ligados à sua história:

a) a descoberta da América, em 1492, anulou imediatamente o interesse comercial da Europa com o Oriente;
b) a participação da Espanha nesse empreendimento, por interesse exclusivo de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, seus soberanos na época;
c) O pioneirismo português, devido à sua boa localização geográfica e outros fatores.
d) o tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas entre Portugal e Espanha, sob fiscalização e concordância da França, Inglaterra e Holanda;
e) Portugal, imediatamente após o descobrimento do Brasil, iniciou a colonização, extraindo muito ouro para a Europa, desde 1500;


10. (PUC-MG) O descobrimento da América, no início dos tempos modernos, e posteriormente a conquista e colonização, considerando-se a mentalidade do homem ibérico, permitem perceber que, EXCETO:

a) A conquista representou a possibilidade de transplante e difusão dos padrões culturais europeus na América.
b) Colombo se recusava a ver a América, preferindo manter seus sonhos de que estaria próximo ao Oriente;
c) O colonizador, ao se dar conta da perda do paraíso terrestre, do maravilhoso, lançou-se à reprodução da cenografia européia da América;
d) O colonizador, negando o que pudesse parecer novo, preferiu ver apenas o seu reflexo no espelho da história;
e) O processo de descrição e observação do novo continente envolvia basicamente a manutenção do universo indígena;


11. Portugal e Espanha foram as primeiras nações a lançarem-se nas Grandes Navegações. Isto deveu-se, basicamente a/ao:

a) diferentemente de outras nobrezas, a nobreza portuguesa e espanhola estavam fortalecidas e conseguiram financiar o projeto de expansão marítima;
b) enorme quantidade de capitais acumulados nestas duas nações desde o renascimento comercial na Baixa Idade Média;
c) espírito aventureiro de portugueses e espanhóis.
d) o desenvolvimento industrial da península Ibérica forçou estas nações a buscarem mercados consumidores e fornecedores;
e) processo de centralização política favorecido pela Guerra de Reconquista;


12. Entre as conseqüências da Expansão Marítima, NÃO encontramos:

a) a formação do Sistema Colonial;
b) o desenvolvimento do eurocentrismo;
c) a expansão do regime assalariado da Europa para a América
d) início do processo de acumulação de capitais, impulsionando o modo de produção capitalista;
e) introdução do trabalho escravo na América.

Gabarito
http://histprofep.blogspot.com.br/2017/11/gabarito-as-grandes-navegacoes.html

sábado, 18 de novembro de 2017

Emancipação Política do Brasil- Primeiro e Segundo Reinado (Ensino Fundamental)

1) O Bloqueio Continental, em 1807, a vinda da família real para o Brasil e a abertura dos portos em 1808 constituíram fatos importantes:

a) na formação do caráter nacional brasileiro.

b) na evolução do desenvolvimento industrial.

c) no processo de independência política.

d) na constituição do ideário federalista.

e) no surgimento das disparidades regionais.

2) A vinda da família real portuguesa foi bastante significativa para o Brasil, pois possibilitou
a) o fim do pacto colonial a partir da liberdade de comércio estabelecida em 1808.
b) uma maior liberdade para os negros africanos de exercer seus rituais religiosos.
c) uma alteração na cultura brasileira, que se tornou livre das influências britânicas.
d) a perpetuação dos valores culturais portugueses que passaram a ser os únicos do Brasil.

3) O processo de independência do Brasil caracterizou-se por:

a) ser conduzido pela classe dominante que manteve o governo monárquico como garantia de seus privilégios;
b) ter uma ideologia democrática e reformista, alterando o quadro social imediatamente após a independência;
c) evitas a dependência dos mercados internacionais, criando uma economia autônoma;
d) grande participação popular, fundamental na prolongada guerra contra as tropas metropolitanas;

4)A Independência do Brasil:

a) rompeu o processo histórico;
b) adaptou a estrutura política do país às conveniências da aristocracia rural;
c) acelerou o processo de modernização econômica;
d) representou um sério golpe na economia escravista;

 5 )O processo de emancipação política brasileiro
a) tendeu a seguir o exemplo da América Espanhola, quer dizer, da Independência da Bolívia, Venezuela e Peru.
b) contou com grande participação popular, principalmente de negros e mulatos do Nordeste, que viviam maior opressão.
c) marginalizou os elementos populares, e manteve as estruturas sociais e econômicas do período colonial.
d) somente foi consolidado após um ano de guerra contra Portugal, uma vez que a Metrópole não aceitou a ruptura.

6) O Bloqueio Continental contra a Inglaterra, por ordem de Napoleão Bonaparte, determinou um importante acontecimento na história do Brasil, que foi
a) a volta de D. João VI a Portugal
b) a Independência do Brasil
c) a Inconfidência Mineira
d) a vinda da Família Real para o Brasil
) Escreva  sobre a transferência da família real portuguesa para o Rio de Janeiro:
a) Os motivos da vinda:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) O papel que o Rio de Janeiro passou a desempenhar:
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Realizações do governo de D. João no Rio de Janeiro:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d) O que abertura do portos significou para Brasil e Inglaterra:
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) O texto a seguir é o trecho de uma entrevista dada pela historiadora Emília Viotti da Costa. Leia com atenção.
Faz sentido celebrar a indepndência?
Emília Viotti da Costa-  Devemos, sim, comemorar a independência, mas cientes das limitações dela. pois, no mundo "globalizado", o Brasil continiua tremendamente dependente dos paises mais desenvolvidos. Temos uma independência mais nominal do que real. Celebrar ou não é questãode gosto. Pra mim o presente preocupou mais que o passado(...) Vejo a História como um forma de compreender o presente. Nunca fui uma colecionadora de  história. Revista Nossa História.
a) Qual a visão autora sobre a comemoração da independência?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Como a autora analisa a independência do Brasil?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Como a historiadora vê a História?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5)Cite e explique as causas que levaram ao fim do Império de D. Pedro II no Brasil:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________